Casarão histórico é demolido sem autorização para construção de petshop, em Pirenópolis

Proprietário afirmou que a demolição foi feita antecipadamente, sem a autorização dele, pela equipe contratada para cuidar da reforma. Conjunto arquitetônico e histórico da cidade é tombado pelo Iphan.

Um casarão histórico de Pirenópolis foi demolido sem autorização do Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) e da prefeitura da cidade. Integrante do conjunto arquitetônico e histórico, a construção ou qualquer outro imóvel que esteja inserido no centro histórico deve obter alvará da prefeitura e autorização do Iphan para a realização de obras.

Com características do século 19, o imóvel está localizado na rua da Prata e foi adquirido pelo empresário Jairo Mendonça para montar uma clínica pet shop. Em entrevista à TV Anhanguera, ele afirmou ter pedido autorização para reformar o prédio à prefeitura e ao Iphan, mas que a demolição foi feita antecipadamente, sem a devida autorização, pela equipe contratada para cuidar da reforma.

“Eu não queria isso também não, tá tudo avisado. Eu não estava aqui, quando eu cheguei já estava tudo desmanchado. Eu falei: Cara, o que que você fez? Então foi uma coisa muito triste, eu achei ruim demais isso acontecer”, enfatizou Jairo.

Em nota enviada à TV Anhanguera, o Iphan disse que o proprietário pediu a demolição total do imóvel no dia 28 de abril e que, no dia 29, o escritório técnico do Iphan na cidade pediu a complementação da documentação. Após a demolição, o órgão emitiu auto de infração, embargou a obra e deu prazo de 15 dias para a apresentação da defesa.

Por meio da assessoria de comunicação, a prefeitura não identificou “nenhum pedido de alvará para demolição ou qualquer procedimento do gênero”, relacionada ao imóvel. Anda foi informado que, assim que a prefeitura tomou conhecimento da demolição, mandou uma engenheira e um fiscal da Secretaria de Meio Ambiente para o local e fez os registros necessários.

O terreno será embargado pela prefeitura até que um pedido formal seja feito para a liberação de obra.

A comerciante Ana Maria Gonçalves, vizinha do imóvel, disse que a casa estava abandonada há muito tempo, já caindo e representava riscos. “Estava aberta, entrando morador de rua”, afirmou.